Urselina gentil, benigna e pura,
Eis nas asas sutis de um ai cansado,
A ti meu coração voa, alagado
Em torrenetes de sangue e ternura.
Põe-lhe os olhos, meu bem; vê com brandura
Seu miserável, doloroso estado;
Que, nas garras da morte já cravado,
A fé, que te jurava, inda te jura.
Põe-lhe os olhos, meu bem, suavemente,
Põe-lhe os mimosos dedos na ferida,
Palpa de Amor a vítima inocente.
E por milagre deles, ó querida,
Verás cerrar-se o golpe, e, de repente,
Em ondas de prazer tornar-lhe a vida
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