sexta-feira, 11 de maio de 2007

De suspirar em vão já fatigado,

De suspirar em vão já fatigado,
Dando trégua a meus males, eu dormia;
Eis que junto de mim sonhei que via
Da Morte o gesto lívido e mirrado.

Curva fouce no punho descarnado
Sustentava a cruel, e me dizia:
«Eu venho terminar tua agonia;
Morre, não penes mais, ó desgraçado!»

Quis ferir-me, e de Amor foi atalhada.
Que, armado de cruentos passadores
Aparece, e lhe diz com voz irada:

«Emprega noutro objecto os teus rigores,
Que esta vida infeliz está guardada
Para vítima só de meus furores».

Sem comentários:

Enviar um comentário