sábado, 12 de maio de 2007

Raios não peço ao Criador do mundo

Raios não peço ao Criador do mundo,
Tormentas não suplico ao rei dos mares,
Vulcões à terra, furacões aos ares,
Negros monstros ao Báratro profundo.

Não rogo ao Deus do Amor que, furibundo,
Te arremesse do pé de seus altares;
Ou que a peste mortal voe a teus lares
E murche o teu semblante rubicundo.

Nada imploro em teu dano, inda que os laços
Urdidos pela fé, com vil mudança
Fizeste, ingrata Nise, em mil pedaços.

Não quero outro despique, outra vingança.
Mais que ver-te em poder de indignos braços,
E dizer quem te perde e quem te alcança.

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