terça-feira, 15 de maio de 2007

Mavorte, porque em pérfida cilada

Mavorte, porque em pérfida cilada
O cruel moço aligero o ferira,
Não faz caso da mãe, que chora e brada;
Quer punir o traidor, que lhe fugira.

Na sinistra o pavês, na dextra a espada,
Nos igneos olhos, fuzilante, a ira,
Pula á negra carroça ensanguentada,
Que Belona infernal co'as Fúrias tira.

Assim parte, assim voa; eis que vê posto
No colo de Marília o deus alado,
No colo aonde tem mimoso encosto.

Já Marte arroja as armas, e, aplacado,
Diz, inclinando o formidável rosto:
«Valha-te, Amor, esse lugar sagrado!»

Sem comentários:

Enviar um comentário