Mavorte, porque em pérfida cilada
O cruel moço aligero o ferira,
Não faz caso da mãe, que chora e brada;
Quer punir o traidor, que lhe fugira.
Na sinistra o pavês, na dextra a espada,
Nos igneos olhos, fuzilante, a ira,
Pula á negra carroça ensanguentada,
Que Belona infernal co'as Fúrias tira.
Assim parte, assim voa; eis que vê posto
No colo de Marília o deus alado,
No colo aonde tem mimoso encosto.
Já Marte arroja as armas, e, aplacado,
Diz, inclinando o formidável rosto:
«Valha-te, Amor, esse lugar sagrado!»
Sem comentários:
Enviar um comentário