quarta-feira, 16 de maio de 2007

Não Marília; teu gesto vergonhoso

Não Marília; teu gesto vergonhoso,
A luz dos olhos teus, serena e pura,
Teu riso, que enche as almas de ternura,
Agora meigo, agora desdenhoso;

Tua cândida mão, teu pé mimoso,
Tuas mil perfeições, crer que a Ventura
As guarda para mim, fora loucura;
Nem sou digno de ti, nem sou ditoso.

E que mortal, enfim, que peito humano
Merece os braços teus, ó ninfa amada?
Que Narciso? Que herói? Que soberano?

Mas que lê minha mente iluminada!...
Céus!... Penetro o futuro... Ah, não me engano:
De Jove para o toro está guardada.

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