Aflito coração, que o teu tormento
QUe os teus desejos, tácito, devoras,
E ao doce objecto, às perfeiçõezs que adoras,
Só te vás explicar co'o pensamento;
Infeliz coração, recobra alento,
Seca as inúteis lágrimas que choras!
Tu cevas o teu mal, porque demoras
Os voos ao ditoso atrevimento.
Inflama surdos ais, que o medo esfria;
Um bem tão suspirado e tão subido
Como se há-de ganhar sem ousadia?
Ao vencedor afoite-se o vencido;
Longe o respeito, longe a cobardia.
Morres de fraco? Morres de atrevido.
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