domingo, 10 de junho de 2007

Aflito coração, que o teu tormento

Aflito coração, que o teu tormento
QUe os teus desejos, tácito, devoras,
E ao doce objecto, às perfeiçõezs que adoras,
Só te vás explicar co'o pensamento;

Infeliz coração, recobra alento,
Seca as inúteis lágrimas que choras!
Tu cevas o teu mal, porque demoras
Os voos ao ditoso atrevimento.

Inflama surdos ais, que o medo esfria;
Um bem tão suspirado e tão subido
Como se há-de ganhar sem ousadia?

Ao vencedor afoite-se o vencido;
Longe o respeito, longe a cobardia.
Morres de fraco? Morres de atrevido.

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