domingo, 10 de junho de 2007

Negra fera que a tudo as garras lanças

Negra fera que a tudo as garras lanças,
Já murchaste, insensível a clamores,
Nas faces de Tirsália as rubras flores,
Em meu peito viçosas esperanças.

Monstro, que nunca em teus estragos cansas,
Vê as três Graças, vê os nus amores
Como praguejam teus cruéis furores,
Ferindo os rosto, arrancando as tranças.


Domicílio da Noite, horror sagrado,
Onde jaz destruída a formusura,
Abre-te, dá lugar a um desgraçado.

Eis desço, eis cinzas palpo… Ah, Morte dura!
Ah, Tirsália! Ah, meu bem, resto adorado!...
Torna, torna a fechar-te, ó sepultura!

Sem comentários:

Enviar um comentário