Não disfarces, Marília; por Josino
Já nos teus olhos a paixão flameja;
E em que parte estará, que se não veja
O tenro Deus, o alígero menino?
Inda que ostentes de ânimo ferino,
Há quem teu níveo peito abrase e reja;
Porém, Marília, dize-me qual seja
A causa justa de um amor tão fino?
Nesse que as esquivanças te suaviza,
Encontras uma férvida ternura,
Um coração brioso, uma alma lisa?
Seus méritos quais são?... Mas oh loucura!
Quem é feliz, que méritos precisa?
Que dons há de mister quem tem ventura?
Sem comentários:
Enviar um comentário