Meu frágil coração, para que adoras,
Para que adoras, se não tens ventura?
Se uns olhos, de quem ardes na luz pura,
Folgando estão das lágrimas que choras?
Os dias vês fugir, voar as horas,
Sem achar neles a menor ternura;
E inda a louca esperança te figura
O prémio dos martírios que devoras!
Desfaz as trevas dum funesto engano
Que não hás-de vencer a inimizade
De um génio contra ti sempre tirano.
A justa, a sacrossanta divindade
Não força, não violenta o peito humano,
E queres constranger-lhe a liberdade?!
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