domingo, 12 de agosto de 2007

Os garços olhos, em que Amor brincava

Os garços olhos, em que Amor brincava,
Os rubros lábios, em que Amor se ria,
As longas tranças, de que Amor se pendia,
As lindas faces, onde Amor brilhava;

As melindrosas mãos, que Amor beijava,
Os níveos braços, onde Amor dormia,
Foram dados, Armânia, à terra fria,
Pelo fatal poder que a tudo agrava.

Seguit-te Amor ao tácito jazigo,
Entre as irmãs cobertas de amargura.
E eu que faço (ai de mim!) como os não sigo?

Que há no mundo que ver, se a Formosura,
Se Amor, se as Graças, se o prazer contigo
Jazem no eterno horror da sepultura?

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