Os garços olhos, em que Amor brincava,
Os rubros lábios, em que Amor se ria,
As longas tranças, de que Amor se pendia,
As lindas faces, onde Amor brilhava;
As melindrosas mãos, que Amor beijava,
Os níveos braços, onde Amor dormia,
Foram dados, Armânia, à terra fria,
Pelo fatal poder que a tudo agrava.
Seguit-te Amor ao tácito jazigo,
Entre as irmãs cobertas de amargura.
E eu que faço (ai de mim!) como os não sigo?
Que há no mundo que ver, se a Formosura,
Se Amor, se as Graças, se o prazer contigo
Jazem no eterno horror da sepultura?
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